Pesquisa aponta queda na aprovação de Lula após escândalo do INSS

A mais recente pesquisa do instituto Gerp, divulgada nesta terça-feira (3), revela um cenário preocupante para o governo federal. Após o escândalo envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a desaprovação ao presidente Lula atingiu 61%, o maior índice desde o início de 2025. Ao mesmo tempo, a aprovação caiu de 33% para 30% em maio, evidenciando o desgaste político provocado pela crise.

O levantamento ouviu 2 mil eleitores em todo o país entre os dias 28 e 31 de maio. Com margem de erro de 2,24 pontos percentuais e grau de confiança de 95,5%, o estudo destaca um impacto direto na imagem do presidente Lula após a revelação do esquema de desvio de recursos destinados a aposentadorias. A fraude, que veio à tona no final de abril, gerou forte comoção social e tem afetado negativamente a percepção pública sobre a condução do governo.

Desaprovação majoritária nas regiões mais populosas

Segundo os dados da pesquisa, a desaprovação a Lula é expressiva nas regiões Sul (75%), Centro-Oeste (74%) e Sudeste (65%), locais com forte atividade econômica e influência política. Em contrapartida, o presidente mantém um núcleo de apoio mais firme no Nordeste e Norte do país, onde sua aprovação chega a 43%.

A divisão regional reflete contrastes históricos entre as regiões em relação ao governo federal e pode influenciar os rumos das próximas eleições municipais. A reprovação generalizada fora de sua base tradicional indica um desafio crescente para a articulação política do Planalto.

Jovens e classe média lideram a rejeição

Entre os jovens de 16 a 17 anos, 82% expressam desaprovação ao governo Lula. O número chama atenção por envolver uma faixa etária que recentemente passou a integrar o eleitorado. Já entre a população que recebe entre cinco e dez salários mínimos, a rejeição alcança 71%, evidenciando um distanciamento entre o governo e a classe média brasileira.

A avaliação do governo também varia conforme o gênero. Entre os homens, 65% reprovam a atual gestão, enquanto entre as mulheres o índice é de 58%. Esses dados reforçam a tendência de desgaste da imagem presidencial em diferentes segmentos da população.

Impacto político e reflexos eleitorais

A pesquisa do instituto Gerp surge em um momento delicado para o Palácio do Planalto, que tenta retomar a confiança da população em meio à crise no INSS. O escândalo envolvendo aposentadorias gerou reações no Congresso Nacional e aumentou a pressão sobre a equipe econômica, principalmente no que diz respeito ao combate à corrupção e à recuperação de recursos desviados.

Os desdobramentos do caso podem influenciar diretamente o debate eleitoral de 2026. A gestão petista, apesar de manter apoio em alguns setores, enfrenta agora o desafio de reconquistar a confiança de uma parcela significativa da sociedade brasileira.