Investigação no INSS expõe omissão de Lupi, que sabia do esquema e nada fez

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, está no centro de uma crise política que se intensifica a cada dia, após a revelação de que teria sido alertado, ainda no início de 2023, sobre um esquema bilionário de fraudes no INSS — envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados, pensionistas e pessoas com deficiência. O silêncio do ministro diante das denúncias acendeu um alerta no Congresso Nacional, onde a oposição articula com força sua exoneração, além de medidas legais para responsabilizar os envolvidos.

Parlamentares da oposição, como o deputado Sanderson Zucco (PL-RS), líder do bloco na Câmara, reagiram com indignação: “Em qualquer país sério, a exoneração de um ministro nessa situação seria imediata. No Brasil, a oposição terá de agir — nas ruas, no Congresso e na Justiça — para garantir a responsabilização.” O escândalo ganhou ainda mais corpo com as declarações do deputado Evair de Melo (PP-ES), que reafirmou que o governo foi formalmente notificado desde o ano passado, por meio de requerimentos oficiais como o RIC 407/2023 e o REQ 21/2023, ambos enviados diretamente ao gabinete de Lupi.

De acordo com as denúncias, o esquema permitia que entidades sindicais acessassem automaticamente os benefícios do INSS, promovendo descontos sem autorização dos segurados — o que configuraria não apenas irregularidade administrativa, mas potencial crime de apropriação indevida. Apesar da gravidade, a oposição afirma que a resposta do Ministério da Previdência foi inexistente, acusando o ministro de omissão proposital e negligência diante de um sistema que drenava recursos públicos em prejuízo da população mais vulnerável do país.

“Carlos Lupi sabia. Carlos Lupi se calou. E, ao se calar, permitiu a continuidade de um crime bilionário que corroeu a confiança dos brasileiros na Previdência Social”, disparou Zucco, elevando o tom contra o ministro. O escândalo, que inicialmente circulava nos bastidores do Congresso, agora ganha repercussão nacional com o avanço das negociações para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue a fundo os desvios e os responsáveis.

A pressão aumenta sobre o Palácio do Planalto, que vê no episódio um novo teste de integridade e controle político. Parlamentares exigem não só a demissão imediata de Lupi, como também o ressarcimento integral dos valores desviados e a responsabilização criminal de todos os envolvidos. No epicentro de um escândalo que ameaça abalar a credibilidade do sistema previdenciário brasileiro, o governo Lula agora precisa lidar com a crescente desconfiança pública e com a cobrança por ações firmes diante de um episódio que já deixou marcas profundas na opinião pública e na imagem institucional do país.